quarta-feira, 27 de junho de 2012

A CEIA DO SENHOR


Abordaremos nesta postagem o que consideramos uma ordenança do Senhor Jesus para nós como igreja a Ceia do Senhor e o seu significado, e que deve ser observada repetidamente por toda vida de um cristão, como sinal de comunhão contínua com Cristo.

A ceia do Senhor: um rito contínuo da igreja Enquanto o batismo é o rito de iniciação, a ceia do Senhor é o rito continuo da igreja visível. ERICKSON. MILLARD.J.2008 PGS/467)

Ela pode ser definida, em caráter preliminar, como um rito que Cristo mesmo estabeleceu para que a igreja praticasse em comemoração a sua morte. (ERICKSON. MILLARD. J. 2008 PGS/467)



A posição católica romana oficial sobre a ceia do Senhor foi redigida no concilio de Trento (1545-63). Embora muitos católicos, especialmente nos países ocidentais, tenham hoje alguns aspectos dessa concepção, ela ainda fundamenta a fé de grande numero deles. Devemos examinar seus princípios principais.

A transubstanciação é a doutrina de que quando o sacerdote oficiante consagra os elementos, ocorre uma verdadeira mudança metafísica. As substâncias do pão e do vinho –o que de fato são- transformam-se respectivamente na carne e no sangue de Cristo. Note que o que muda é a substância ou a essência, não os acidentes. Assim, o pão se mantém a forma, a textura e o sabor do pão. Mas Cristo por inteiro está plenamente presente em cada uma das partículas da hóstia. Todos os que participam da ceia do Senhor, ou da santa eucaristia, como é denominada, ingerem literalmente o corpo de físico e o sangue de Cristo.

O segundo princípio importante da concepção católica é de que a ceia do Senhor abrange um ato sacrifical. Na missa, um sacrifício real é novamente oferecido por Cristo em favor dos adoradores. É um sacrifício no mesmo sentido em que foi a crucificação.

O terceiro princípio da concepção católica é o sacerdotalismo, a idéia de que um sacerdote devidamente ordenado deve estar presente para consagrar a hóstia. Sem tal sacerdote para oficiar a ceia, os elementos permanecem meros pão e vinho. Quando, porém, um clérigo qualificado segue a fórmula devida, os elementos são completa e permanentemente transformados no corpo e no sangue de Cristo. No ministrar tradicional do sacramento, o cálice foi afastado dos leigos, sendo tomado apenas pelo clero. A razão principal era o perigo de o sangue ser derramado. Pois caso o sangue de Jesus fosse pisado, isso seria um sacrilégio. Alem disso, havia dois argumentos para sustentar que os leigos não precisavam tomar o cálice. Primeiro, o clero atua de forma representativa em favor do leigo. Segundo, os leigos nada ganham por tomar o cálice. O sacramento é completo sem ele, pois cada partícula, tanto do pão como do vinho, contém, de modo completo, o corpo, a alma e a divindade de Cristo.


A concepção luterana difere da concepção católica romana em muitos pontos, mas não em todos. Lutero manteve a concepção católica de que o corpo e o sangue de Cristo estão fisicamente presentes nos elementos. O que Lutero negou foi a doutrina católica da substanciação. As moléculas não são transformadas em carne e sangue. Mas o corpo e o sangue de Cristo estão presentes “em, com e sob” o pão e o vinho. Não que o pão e o vinho tornem-se corpo e sangue de Cristo, mas que agora temos o corpo e o sangue, além do pão e do vinho. Embora alguns usem o termo consubstanciação para denotar o conceito luterano de que o corpo e o pão estão presentes simultaneamente, que o sangue e o vinho coexistem, esse termo não é de Lutero. Pensando em uma substância interpretando-se noutra, ele usou como analogia uma barra de ferro aquecida no fogo. A substância do ferro não deixa de existir quando a substância do fogo interpreta-se nele, aquecendo-o até alta temperatura.

Lutero rejeitou outras facetas da concepção católica de missa. Em particular, rejeitou a idéia de que a missa é um sacrifício. Uma vez que Cristo morreu e expirou o pecado de uma vez por todas, e uma vez que o crente é justificado pele fé tendo por base aquele sacrifício único, não há necessidade de repetir sacrifícios. Lutero também rejeitou o sacerdotalismo. A presença do corpo e do sangue de Cristo não é uma conseqüência do poder de Jesus Cristo.

Que dizer do benefício do sacramento? Aqui as posições de Lutero não são tão claras como desejaríamos. Ele insiste que pela participação no sacramento, a pessoa recebe benefício real, perdão dos pecados e confirmação da fé. Esse benefício deve-se, porém, não aos elementos do sacramento, um sermão. Porém, se o sacramento é apenas uma forma de proclamação, qual seria o significado da presença do corpo e do sangue de Cristo? Em outras ocasiões, parece que Lutero sustentava que o benefício vem realmente do ato de comer o corpo de Cristo. O que fica claro nas declarações de Lutero é que, pelo fato de tomar os elementos, os crentes recebem um benefício espiritual que, de outra forma, não poderiam experimentar.


A terceira concepção importante quanto a Ceia do Senhor é a concepção calvinista ou reformada. Embora o termo calvinismo em geral instale imagens de uma perspectiva especifica da salvação e da iniciativa de Deus nisso, o ato de Deus escolher certas pessoas, decretando que elas crerão e serão salvas, não é isso que temos em mente nesse momento. Antes, estamos nos referindo à concepção calvinista da ceia do Senhor.

A concepção reformada sustenta que Cristo está presente na ceia do Senhor, mas não em forma física ou corpórea. Antes, sua presença no sacramento é espiritual ou dinâmica. Usando o sol como ilustração, Calvino afirmou que Cristo está presente como influência. O sol permanece no céu, mas seu calor e luz estão presentes na terra. Assim o resplendor do Espírito nos transmite a comunhão da carne e do sangue de Cristo. De acordo com romanos 8.9-11, é pelo Espírito e apenas pelo Espírito que Cristo habita em nós. A noção de que realmente que comemos o corpo de Cristo e bebemos o sangue é absurda. Em vez disso, os verdadeiros comungantes são espiritualmente nutridos quando o Espírito Santo lhes da uma relação mais estreita com a pessoa de Cristo.

Além disso, embora os elementos dos sacramentos signifiquem ou representem o corpo e o sangue de Cristo, fazem mais que isso. Eles também selam. Louis Berkhof afirma que a ceia do Senhor sela o amor de Cristo para os crentes, dando-lhes a certeza de que todas as promessas da aliança e as riquezas do evangelho são deles por doação divina. Em troca de um direito pessoal e uma verdadeira posse de toda essa riqueza, os crentes expressam fé em Cristo como Salvador e prestam obediência a ele como Senhor e Rei.

Existe, portanto, um genuíno benefício objetivo de sacramento. Isso não é gerado pelo participante; antes, é trazido para o sacramento pessoalmente por Cristo. Ao tomar os elementos, o participante de fato recebe o novo, e de modo contínuo, a validade de Cristo. Esse benefício, porém não deve ser considerado automático. O efeito do sacramento depende em grande parte da fé e da receptividade do participante.


E a concepção zwingliana que vamos examinar é a de que a ceia do Senhor é apenas uma comemoração. Essa concepção costuma ser associada à Ulrich Zwinglio, que destacou a importância do sacramento para relembrar a morte de Cristo e sua eficácia em favor do crente. Assim, a ceia do Senhor é, em essência, uma comemoração da morte de Cristo.

O valor do sacramento está simplesmente em receber pela fé os benefícios da morte de Cristo. Assim, o efeito da ceia do Senhor não é diferente em natureza, digamos, do efeito de um sermão. Ambos são modalidades de proclamação. Em ambos os casos, como em todas as proclamações, existe a essencialidade absoluta da fé para que se possa obter algum benefício. Podemos dizer, portanto, que não se trata tanto de o sacramento trazer Cristo ao comungante, mas de a fé do crente trazer Cristo para o sacramento.



Precisamos questionar as concepções e tentar chegar a uma conclusão, quanto à questão se o corpo e o sangue de Cristo estão presentes nos elementos empregados e em que sentido isso acontece. Vejamos algumas respostas apresentadas:

1 - O pão e o vinho são o corpo e o sangue físico de cristo (concepção católica romana).

2 - O pão e o vinho contêm o corpo e o sangue físico (concepção luterana).

3 - O pão e o vinho contêm espiritualmente o corpo e o sangue (concepção reformada).

4 - Eles representam o corpo e o sangue (concepção zwingliana).

O modo mais simples de entender as palavras de Jesus, “Isto é o meu corpo“ e “Isto é o meu sangue,” é no sentido literal. Neste caso, ocorrem certas considerações que se levantam contra a interpretação literal.

Em primeiro lugar, se tomarmos, “Isto é o meu corpo“ e “Isto é o meu sangue,” literalmente, temos um problema. Se Jesus queria dizer que o pão e o vinho naquele momento, no cenáculo, era sua carne e seu sangue ele estava afirmando, que a sua carne e o seu sangue estavam em dois lugares ao mesmo tempo, uma vez que sua forma corpórea estava logo ali, junto aos elementos. Isso seria uma negação de sua encarnação, que limitava sua natureza física humana a um lugar.

 Em segundo lugar, há dificuldades para os que declaram que Cristo está presente corporalmente nas ocorrências subseqüentes da ceia do Senhor. Aqui enfrentamos o problema de como duas substâncias (o pão e a carne) podem estar simultaneamente no mesmo lugar (concepção luterana) ou como determinada substância (sangue) pode existir sem nenhuma de suas características habituais (concepção católica).

Se as palavras de Jesus não devem ser tomadas literalmente, o que ele queria dizer com “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”? Quando Jesus falou essas palavras, ele estava chamando a atenção para seu relacionamento individual com cada crente. Para que viessem a entender o verdadeiro significado o pão representa a carne, ou seja, o corpo de Cristo e o vinho o sangue dEle.

Portanto devemos entender a ceia do Senhor como um momento de comunhão e relacionamento com Cristo.

A ceia do senhor é um lembrete da morte de Cristo e de seu caráter sacrifical em nosso favor, um símbolo de nossa ligação vital com o Senhor e um testemunho de sua segunda vinda. (Erickson.Millard. j.)

É apropriado explicar o significado da ceia do Senhor, que todo aquele que participa deve examinar com cuidado seu entendimento e sua condição espiritual (1ºco 11.27,28).


A Bíblia não nos fornece o tipo de pessoa que deve ministrar a ceia do Senhor. O que aparece nos relatos dos evangelhos e que a ceia do Senhor foi confiada à igreja, e o que se presume deve ser ministrada por ela, nada mais justo quem deve ministrar a ceia do Senhor são as pessoas empossadas pela igreja para supervisionar e dirigir seus cultos ex: pastores, evangelistas, presbíteros ou cooperadores.


Em parte alguma da Bíblia se encontra os pré-requisitos para que receba ou participa da ceia do Senhor, podemos dizer se a ceia do Senhor é um relacionamento espiritual entre a pessoa e Deus, a pessoa que participa da Ceia do Senhor deve crer genuinamente em Jesus Cristo, e ser maduro o suficiente para discernir o corpo (1Co11.29).


Depende de quem está ministrando a ceia do Senhor, basta pão sem fermento ou levedado e o suco de uva para trazer à memória a morte de Cristo no âmbito mais original possível.


Quanto à freqüência não encontramos na Bíblia, nem temos uma indicação prática e precisa adotada pela igreja primitiva, apesar de que é provável que tenha sido semanal, ou seja, todas as vezes que a igreja se reunia, mas também não deve ter um intervalo muito longo para se ministra a ceia do Senhor.


A ceia do Senhor foi instituída pelo Senhor Jesus, na noite de 15 de nisã, na quinta para a sexta-feira da semana da Páscoa.

Os nomes dados a Ceia do Senhor:

Santa Ceia, Sacramento, comunhão, e talvez outros.

1.5.1 O significado da ceia

Temos pelo menos quatro escolas de interpretação da Ceia:

1 – Transubstanciação - Da igreja Romana. O pão, nas mãos do sacerdote, se transforma em corpo e sangue do Senhor Jesus. Quando o católico engole a hóstia, ele devora o Filho de Deus, uma espécie de teofagia.

2 - Consubstanciação – É de Lutero. O pão é mesmo pão, e o vinho é vinho mesmo, mas uma vez consagrados, e o fiel os tomando, de alguma maneira eles se transformam em Jesus, o Filho de Deus.

3 - Graça inerente – de Calvino: pão é pão mesmo, vinho é vinho mesmo, mas ao comermos recebemos uma certa “graça”.

4 - Memorial – Em Lucas 22 e 1Coríntios 11, a ordem do Senhor Jesus é “Fazei isto em memória de Mim”. No pão recordamos o corpo do Senhor. Partido no madeiro e no vinho, o sangue de Jesus vertido na cruz em nosso lugar.

Fica aqui o meu particular significado da Ceia do Senhor: A Ceia do Senhor é um memorial da morte e ressurreição de Jesus Cristo meu Senhor e salvador como está escrito em Mateus (26.26-30), e em (1Cor11.23).


 Foram apresentados neste trabalho os tipos de Ceia e o real significado de cada uma delas, porém, os evangelistas não se preocupam em descrever seus rituais ao ministrar a Ceia do Senhor, Mateus porque já o considerava conhecido pelos judeu-cristãos: Marcos, Lucas e João, porque os julgavam inúteis para os romanos, gregos e asiáticos, para quem escreveram principalmente.

Portanto damos a esta postagem sua importância de seu real significado sobre a Ceia do Senhor.


1 - BÍBLIA, Sagrada. King James edição de estudo. Novo Testamento 1º edição 2007

2 - ERICKSON. MILLARD. J. Introdução á teologia Sistemática. Editora Vida Nova2008.

3 - GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Editora vida nova. São Paulo, 2009

4 - FILLION, Louis-Claude. Enciclopédia da vida de Jesus. Editora Central Gospel, 2º edição2008

5 - TOGNINI, Enéas. Eclesiologia A doutrina da Igreja. Arte Editorial, 2010.

Por: Jackson Guedes Rodrigues

Um comentário:

  1. Ótimo texto! Muito bom!

    1. Texto longo para um blog.
    2. Formatação impossibilita leitura dos títulos.
    3. Problemas com a exibição do texto no template do blog.

    Nota: 7,0

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