Abordaremos nesta postagem o que consideramos uma ordenança do Senhor
Jesus para nós como igreja a Ceia do
Senhor e o seu significado, e que deve ser observada repetidamente por toda
vida de um cristão, como sinal de comunhão contínua com Cristo.
A ceia do Senhor: um rito contínuo da igreja Enquanto o batismo é o rito
de iniciação, a ceia do Senhor é o rito continuo da igreja visível. ERICKSON.
MILLARD.J.2008 PGS/467)
Ela pode ser definida, em caráter preliminar, como um rito que Cristo
mesmo estabeleceu para que a igreja praticasse em comemoração a sua morte.
(ERICKSON. MILLARD. J. 2008 PGS/467)
A posição católica romana oficial sobre a ceia do Senhor foi redigida no
concilio de Trento (1545-63). Embora muitos católicos, especialmente nos países
ocidentais, tenham hoje alguns aspectos dessa concepção, ela ainda fundamenta a
fé de grande numero deles. Devemos examinar seus princípios principais.
A transubstanciação é a doutrina de que quando o sacerdote oficiante
consagra os elementos, ocorre uma verdadeira mudança metafísica. As substâncias
do pão e do vinho –o que de fato são- transformam-se respectivamente na carne e
no sangue de Cristo. Note que o que muda é a substância ou a essência, não os
acidentes. Assim, o pão se mantém a forma, a textura e o sabor do pão. Mas
Cristo por inteiro está plenamente presente em cada uma das partículas da
hóstia. Todos os que participam da ceia do Senhor, ou da santa eucaristia, como
é denominada, ingerem literalmente o corpo de físico e o sangue de Cristo.
O segundo princípio importante da concepção católica é de que a ceia do
Senhor abrange um ato sacrifical. Na missa, um sacrifício real é novamente
oferecido por Cristo em favor dos adoradores. É um sacrifício no mesmo sentido
em que foi a crucificação.
O terceiro princípio da concepção católica é o sacerdotalismo, a idéia
de que um sacerdote devidamente ordenado deve estar presente para consagrar a
hóstia. Sem tal sacerdote para oficiar a ceia, os elementos permanecem meros
pão e vinho. Quando, porém, um clérigo qualificado segue a fórmula devida, os
elementos são completa e permanentemente transformados no corpo e no sangue de
Cristo. No ministrar tradicional do sacramento, o cálice foi afastado dos
leigos, sendo tomado apenas pelo clero. A razão principal era o perigo de o
sangue ser derramado. Pois caso o sangue de Jesus fosse pisado, isso seria um
sacrilégio. Alem disso, havia dois argumentos para sustentar que os leigos não
precisavam tomar o cálice. Primeiro, o clero atua de forma representativa em
favor do leigo. Segundo, os leigos nada ganham por tomar o cálice. O sacramento
é completo sem ele, pois cada partícula, tanto do pão como do vinho, contém, de
modo completo, o corpo, a alma e a divindade de Cristo.
A concepção luterana difere da concepção católica romana em muitos
pontos, mas não em todos. Lutero manteve a concepção católica de que o corpo e
o sangue de Cristo estão fisicamente presentes nos elementos. O que Lutero
negou foi a doutrina católica da substanciação. As moléculas não são
transformadas em carne e sangue. Mas o corpo e o sangue de Cristo estão
presentes “em, com e sob” o pão e o vinho. Não que o pão e o vinho tornem-se
corpo e sangue de Cristo, mas que agora temos o corpo e o sangue, além do pão e
do vinho. Embora alguns usem o termo consubstanciação
para denotar o conceito luterano de que o corpo e o pão estão presentes
simultaneamente, que o sangue e o vinho coexistem, esse termo não é de Lutero.
Pensando em uma substância interpretando-se noutra, ele usou como analogia uma
barra de ferro aquecida no fogo. A substância do ferro não deixa de existir
quando a substância do fogo interpreta-se nele, aquecendo-o até alta
temperatura.
Lutero
rejeitou outras facetas da concepção católica de missa. Em particular, rejeitou
a idéia de que a missa é um sacrifício. Uma vez que Cristo morreu e expirou o
pecado de uma vez por todas, e uma vez que o crente é justificado pele fé tendo
por base aquele sacrifício único, não há necessidade de repetir sacrifícios.
Lutero também rejeitou o sacerdotalismo. A presença do corpo e do sangue de
Cristo não é uma conseqüência do poder de Jesus Cristo.
Que dizer do benefício do sacramento? Aqui as posições de Lutero não são
tão claras como desejaríamos. Ele insiste que pela participação no sacramento, a
pessoa recebe benefício real, perdão dos pecados e confirmação da fé. Esse
benefício deve-se, porém, não aos elementos do sacramento, um sermão. Porém, se
o sacramento é apenas uma forma de proclamação, qual seria o significado da
presença do corpo e do sangue de Cristo? Em outras ocasiões, parece que Lutero
sustentava que o benefício vem realmente do ato de comer o corpo de Cristo. O
que fica claro nas declarações de Lutero é que, pelo fato de tomar os
elementos, os crentes recebem um benefício espiritual que, de outra forma, não
poderiam experimentar.
A terceira concepção importante quanto a Ceia do Senhor é a concepção
calvinista ou reformada. Embora o termo calvinismo
em geral instale imagens de uma perspectiva especifica da salvação e da
iniciativa de Deus nisso, o ato de Deus escolher certas pessoas, decretando que
elas crerão e serão salvas, não é isso que temos em mente nesse momento. Antes,
estamos nos referindo à concepção calvinista da ceia do Senhor.
A concepção reformada sustenta que Cristo está presente na ceia do
Senhor, mas não em forma física ou corpórea. Antes, sua presença no sacramento
é espiritual ou dinâmica. Usando o sol como ilustração, Calvino afirmou que
Cristo está presente como influência. O sol permanece no céu, mas seu calor e
luz estão presentes na terra. Assim o resplendor do Espírito nos transmite a
comunhão da carne e do sangue de Cristo. De acordo com romanos 8.9-11, é pelo
Espírito e apenas pelo Espírito que Cristo habita em nós. A noção de que realmente
que comemos o corpo de Cristo e bebemos o sangue é absurda. Em vez disso, os
verdadeiros comungantes são espiritualmente nutridos quando o Espírito Santo
lhes da uma relação mais estreita com a pessoa de Cristo.
Além disso, embora os elementos dos sacramentos signifiquem ou
representem o corpo e o sangue de Cristo, fazem mais que isso. Eles também
selam. Louis Berkhof afirma que a ceia do Senhor sela o amor de Cristo para os
crentes, dando-lhes a certeza de que todas as promessas da aliança e as riquezas
do evangelho são deles por doação divina. Em troca de um direito pessoal e uma
verdadeira posse de toda essa riqueza, os crentes expressam fé em Cristo como
Salvador e prestam obediência a ele como Senhor e Rei.
Existe, portanto, um genuíno benefício objetivo de sacramento. Isso não
é gerado pelo participante; antes, é trazido para o sacramento pessoalmente por
Cristo. Ao tomar os elementos, o participante de fato recebe o novo, e de modo
contínuo, a validade de Cristo. Esse benefício, porém não deve ser considerado
automático. O efeito do sacramento depende em grande parte da fé e da
receptividade do participante.
E a concepção zwingliana que vamos examinar é a de que a ceia do Senhor
é apenas uma comemoração. Essa concepção costuma ser associada à Ulrich
Zwinglio, que destacou a importância do sacramento para relembrar a morte de
Cristo e sua eficácia em favor do crente. Assim, a ceia do Senhor é, em
essência, uma comemoração da morte de Cristo.
O valor do sacramento está simplesmente em receber pela fé os benefícios
da morte de Cristo. Assim, o efeito da ceia do Senhor não é diferente em
natureza, digamos, do efeito de um sermão. Ambos são modalidades de
proclamação. Em ambos os casos, como em todas as proclamações, existe a
essencialidade absoluta da fé para que se possa obter algum benefício. Podemos
dizer, portanto, que não se trata tanto de o sacramento trazer Cristo ao
comungante, mas de a fé do crente trazer Cristo para o sacramento.
Precisamos questionar as concepções e tentar chegar a uma conclusão,
quanto à questão se o corpo e o sangue de Cristo estão presentes nos elementos
empregados e em que sentido isso acontece. Vejamos algumas respostas
apresentadas:
1 - O pão e o vinho são o corpo e o sangue físico de cristo (concepção
católica romana).
2 - O pão e o vinho contêm o corpo e o sangue físico (concepção
luterana).
3 - O pão e o vinho contêm espiritualmente o corpo e o sangue (concepção
reformada).
4 - Eles representam o corpo e o sangue (concepção zwingliana).
O modo mais simples de entender as palavras de Jesus, “Isto é o meu
corpo“ e “Isto é o meu sangue,” é no sentido literal. Neste caso, ocorrem
certas considerações que se levantam contra a interpretação literal.
Em primeiro lugar, se tomarmos, “Isto é o meu corpo“ e “Isto é o meu
sangue,” literalmente, temos um problema. Se Jesus queria dizer que o pão e o
vinho naquele momento, no cenáculo, era sua carne e seu sangue ele estava
afirmando, que a sua carne e o seu sangue estavam em dois lugares ao mesmo
tempo, uma vez que sua forma corpórea estava logo ali, junto aos elementos.
Isso seria uma negação de sua encarnação, que limitava sua natureza física
humana a um lugar.
Em segundo lugar, há dificuldades
para os que declaram que Cristo está presente corporalmente nas ocorrências
subseqüentes da ceia do Senhor. Aqui enfrentamos o problema de como duas
substâncias (o pão e a carne) podem estar simultaneamente no mesmo lugar
(concepção luterana) ou como determinada substância (sangue) pode existir sem
nenhuma de suas características habituais (concepção católica).
Se as palavras de Jesus não devem ser tomadas literalmente, o que ele
queria dizer com “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”? Quando Jesus
falou essas palavras, ele estava chamando a atenção para seu relacionamento
individual com cada crente. Para que viessem a entender o verdadeiro
significado o pão representa a carne, ou seja, o corpo de Cristo e o vinho o
sangue dEle.
Portanto devemos entender a ceia do Senhor como um momento de comunhão e
relacionamento com Cristo.
A ceia do senhor é um lembrete da morte de Cristo e de seu caráter
sacrifical em nosso favor, um símbolo de nossa ligação vital com o Senhor e um
testemunho de sua segunda vinda. (Erickson.Millard. j.)
É apropriado explicar o significado da ceia do Senhor, que todo aquele
que participa deve examinar com cuidado seu entendimento e sua condição
espiritual (1ºco 11.27,28).
A Bíblia não nos fornece o tipo de pessoa que deve ministrar a ceia do
Senhor. O que aparece nos relatos dos evangelhos e que a ceia do Senhor foi
confiada à igreja, e o que se presume deve ser ministrada por ela, nada mais
justo quem deve ministrar a ceia do Senhor são as pessoas empossadas pela
igreja para supervisionar e dirigir seus cultos ex: pastores, evangelistas,
presbíteros ou cooperadores.
Em parte alguma da Bíblia se encontra os pré-requisitos para que receba
ou participa da ceia do Senhor, podemos dizer se a ceia do Senhor é um
relacionamento espiritual entre a pessoa e Deus, a pessoa que participa da Ceia
do Senhor deve crer genuinamente em Jesus Cristo, e ser maduro o suficiente
para discernir o corpo (1Co11.29).
Depende de quem está ministrando a ceia do Senhor, basta pão sem
fermento ou levedado e o suco de uva para trazer à memória a morte de Cristo no
âmbito mais original possível.
Quanto à freqüência não encontramos na Bíblia, nem temos uma indicação
prática e precisa adotada pela igreja primitiva, apesar de que é provável que
tenha sido semanal, ou seja, todas as vezes que a igreja se reunia, mas também
não deve ter um intervalo muito longo para se ministra a ceia do Senhor.
A ceia do Senhor foi instituída pelo Senhor Jesus, na noite de 15 de
nisã, na quinta para a sexta-feira da semana da Páscoa.
Os nomes dados a Ceia do Senhor:
Santa Ceia, Sacramento, comunhão, e talvez outros.
1.5.1 O
significado da ceia
Temos pelo menos quatro escolas de interpretação da Ceia:
1 – Transubstanciação - Da igreja Romana. O pão, nas mãos do sacerdote,
se transforma em corpo e sangue do Senhor Jesus. Quando o católico engole a
hóstia, ele devora o Filho de Deus, uma espécie de teofagia.
2 - Consubstanciação – É de Lutero. O pão é mesmo pão, e o vinho é vinho
mesmo, mas uma vez consagrados, e o fiel os tomando, de alguma maneira eles se
transformam em Jesus, o Filho de Deus.
3 - Graça inerente – de Calvino: pão é pão mesmo, vinho é vinho mesmo,
mas ao comermos recebemos uma certa “graça”.
4 - Memorial – Em Lucas 22 e 1Coríntios 11, a ordem do Senhor Jesus é
“Fazei isto em memória de Mim”. No pão recordamos o corpo do Senhor. Partido no
madeiro e no vinho, o sangue de Jesus vertido na cruz em nosso lugar.
Fica aqui o meu particular significado da Ceia do Senhor: A Ceia do
Senhor é um memorial da morte e
ressurreição de Jesus Cristo meu Senhor e salvador como está escrito em Mateus
(26.26-30), e em (1Cor11.23).
Foram apresentados neste trabalho os tipos de Ceia
e o real significado de cada uma delas, porém, os evangelistas não se preocupam
em descrever seus rituais ao ministrar a Ceia do Senhor, Mateus porque já o
considerava conhecido pelos judeu-cristãos: Marcos, Lucas e João, porque os
julgavam inúteis para os romanos, gregos e asiáticos, para quem escreveram
principalmente.
Portanto
damos a esta postagem sua importância de seu real significado sobre a Ceia do
Senhor.
1 - BÍBLIA, Sagrada. King James edição de estudo. Novo
Testamento 1º edição 2007
2 - ERICKSON. MILLARD.
J. Introdução á teologia Sistemática. Editora Vida Nova2008.
3 - GRUDEM. Wayne.
Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Editora vida nova. São Paulo,
2009
4 - FILLION,
Louis-Claude. Enciclopédia da vida de Jesus. Editora Central Gospel, 2º
edição2008
5 - TOGNINI, Enéas. Eclesiologia A doutrina da Igreja. Arte Editorial, 2010.
Por: Jackson Guedes Rodrigues
Ótimo texto! Muito bom!
ResponderExcluir1. Texto longo para um blog.
2. Formatação impossibilita leitura dos títulos.
3. Problemas com a exibição do texto no template do blog.
Nota: 7,0